domingo, 16 de janeiro de 2011
Seus braços e suas pernas me rodeavam, me fazendo sentir segura. Seus lábios tocavam pausadamente minha nuca, revezando com sua respiração, fugaz, que me fazia sentir calafrios. Ele era um grande e raro cavalheiro e naquela noite, pude admirar muito mais essa inestimada qualidade. Havia algo diferente entre nós dois durante aquelas horas, culpa, arrependimento, quem sabe? Desconheço o que nos mantinha tão próximos. Vibrantes. Me derreti em nosso primeiro abraço, seus olhos, assustados, me observavam chorar, de cabeça baixa apoiada em seu ombro. Suas mãos, frias, não sabiam se secavam minhas lágrimas ou as impediam de cair. Sessei aquela demonstração de vulnerabilidade e em minutos, eu estava composta, disposta a aproveitá-lo, como nunca. Recostei sobre seu peito, onde pude ouvir o pulsar de seu coração e me arrepiar, por perceber que o que estávamos vivendo era realmente verdade. Os meus medos e minhas dores desapareceram, diante das horas que passei ao seu lado. Mas me levando a seu portão, ele me trouxe a realidade, e com um abraço me confortou sobre a crueldade da mesma. Eu o amava, mesmo diante da devassidão que se encontrara o meu coração por ver e saber coisas que não os agrada. Vê-lo com outra mulher, seria como uma faca transpassando minha alma e acertando em cheio aquilo que chamo de coração. E meus sonhos me adiantaram essa dor. Inevitável, esmagadora e cruel.
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